Autor: Aline - Data: 04/10/2015 18:21
Indicação Geográfica é alternativa para agregar valor ao café
A Indicação Geográfica associa produtos e serviços a
peculiaridades do local de origem. A certificação reconhece o bem por uma característica única
ligada aos recursos naturais, clima, solo, vegetação ou a características humanas e culturais da
região e agrega valor. No Brasil e no mundo muitos produtos são identificados por diferenciais
relacionados ao território, vinhos, queijos, doces, cafés, entre outros.
Um trabalho realizado pelas pesquisadoras do Laboratório de Geoprocessamento da EPAMIG em
Lavras, nos municípios de Machado, Poço Fundo e Campestre no Sul de Minas pode embasar
uma possível Indicação Geográfica dos cafés da região. “Alguns dados precisam ser atualizados,
mas a base está pronta. Quando falamos de Indicação Geográfica do café, nos atemos aos cafés
especiais. Nesse trabalho pudemos atestar que as características ambientais da região favorecem
a obtenção do produto de qualidade”, afirma a pesquisadora da Embrapa/ EPAMIG, Helena Alves.
As principais constatações do estudo foram apresentadas por Helena e pela pesquisadora da
EPAMIG, Margarete Volpato, durante o 3o dia de campo Cafeicultura de Montanha realizado em
Em Minas Gerais existem duas indicações geográficas para o café, sendo uma Denominação de
Origem na Região do Cerrado Mineiro e uma Indicação de Procedência para a Região da
Mantiqueira (registro embasado no trabalho das pesquisadoras Helena, Margarete e Tatiana
Grossi). “O levantamento consiste em identificar, mapear e a caracterizar os ambientes cafeeiros
dos municípios/ e ou região e também as características humanas e culturais para apontar
características que diferenciam determinado produto de outros similares produzidos fora daquele
território, como ocorre, por exemplo, com o Champanhe da região francesa, o Vinho do Porto e a
cachaça brasileira”, explica Helena.
Outras duas regiões do Estado que produzem cafés diferenciados em área demarcada pelo
"terroir" são Matas de Minas e Chapada de Minas, que geram produtos com características
Durante o dia de campo Cafeicultura de Montanha, pesquisadores da EPAMIG orientaram
produtores e estudantes para o controle de pragas do cafeeiro, com ênfase no broca do café;
poda do cafeeiro; e qualidade da bebida. O casal de produtores de café e leite José Luciano e
Marlene Martins se interessou, principalmente, pelas práticas de poda. Eles possuem 15 mil pés
de café na região de Turvolândia e fornecem para a Cooperativa Agrária de Machado – Coopama.
“Aprendi mais sobre o jeito de podar os pés de café e quero saber mais sobre o controle de
pragas”, disse José Luciano.
Produtor de café, há 15 anos, Paulo Guiraldelli, produz 30 sacas de café em uma propriedade
certificada no município de Machado e pretende exportar. “A área menor facilita o trabalho. O
cuidado é mais fácil e podemos nos dedicar a todos as etapas do processo. A colheita é manual
via seca, não temos grandes equipamentos, mas não nos descuidamos do produto final”, afirma.
Alunos dos cursos Agronomia e Técnico Agrícola do Instituto Federal Sul de Minas – campus
Machado - participaram do evento como parte da programação da Semana de Ciências Agrárias
da Instituição. “É uma atividade complementar ao currículo e bastante importante para nossos
estudantes que se envolveram na organização do evento, auxiliando na definição dos temas e
contatos com palestrantes. O evento fortalece também nossa parceria com a EPAMIG”, assegura
o coordenador de geral de extensão do IFSul de Minas, Nikolas de Oliveira Amaral.
Fotos:
4135 – Pesquisadora Helena Alves apresentou a palestra: Indicação Geográfica - caracterização
ambiental da região de Machado
4100 – Paulo Guiraldelli pretende exportar café
4191 - O casal de produtores José Luciano e Marlene se interessou pelas práticas de poda
4204 – Alunos do Instituto Federal Sul de Minas colaboraram na definição dos temas e escolha
dos palestrantes.
Crédito: Erasmo Pereira – Ascom EPAMIG
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