Autor: Carlos Alberto - Data: 18/07/2017 11:56

Governo de Minas lança programa para dar visibilidade ao protagonismo feminino

Dezenas de lideranças mineiras integram o "Mulheres por Minas", ação do Núcleo Multifacetário do Estado de Minas realizado pela Casa Civil
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“Vamos encontrar por toda Minas Gerais interlocutoras que têm projetos de grande impacto de integração e de visibilidade ao protagonismo feminino. Mulheres que têm poder de decisão, que desenvolvem ações e podem acolher aquelas que não são vistas, com o objetivo de trazer avanços sociais às mulheres ” - Mariah Brochado, professora e secretária adjunta de Estado de Casa Civil e de Relações Institucionais

 

Essa é a idea central do projeto "Mulheres por Minas" anunciado pela Secretaria de Estado de Casa Civil e Relações Institucionais (Seccri-MG), que tem à frente a secretária adjunta e professora Mariah Brochado, ao lado de dezenas de lideranças femininas em toda Minas Gerais. As protagonistas irão atuar em cinco vieses : mulheres na arte, na ciência, na vida pública, no mercado e na morada.

O Mulheres por Minas visa combater a falta de reconhecimento e visibilidade feminina ao destacar ações de mulheres nas cidades mineiras, sejam como gestoras, políticas, pesquisadoras, artistas e empresárias. Mulheres que têm poder de decisão, que elaboram projetos que podem acolher aquelas que conduzem ações e políticas e não estão sendo vistas e reconhecidas.

No lançamento do projeto, no último dia 7 de julho, na sede do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), Mariah Brochado destacou que a condição da mulher será debatida em duas frentes, por meio de seminários e colóquios.

Na capital, o intuito é dar projeção às ações das mulheres que se destacam dentro e fora do Brasil. Já no interior os debates serão feitos de forma itinerante e  servirão para destacar as ações das mulheres locais. “Os colóquios serão realizados em Belo Horizonte e também no interior, aproveitando o mapeamento dos Fóruns Regionais de Governo”, explicou a secretária adjunta.

De periodicidade mensal, o projeto Mulheres por Minas é mais uma ação do Numem – Núcleo Multifacetário do Estado de Minas, protocolo de cooperação técnica entre a Secretaria de Estado de Casa Civil e de Relações Institucionais e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

 

Presenças 

Para a secretária de Estado de Educação, Macaé Evaristo, a iniciativa da Casa Civil é primordial. “É muito benvinda a ação de articular o empoderamento feminino em torno da pauta feminina e feminista, reafirmando a hashtag criada para as redes sociais que temos usado desde o início da atual gestão da Educação: #maismulheresnapolítica. Mais mulheres não apenas na política partidária, mas atuando politicamente em diferentes frentes sociais”, aponta.

Macaé enfatiza que a educação é o principal instrumento contra a violência e o machismo e, por isso, está integrando a parceria no Mulheres por Minas. “Nós vivemos um período de crise institucional em que a intolerância tem crescido. Um período de censura do pensamento, da pesquisa e dos professores em sala de aula”.

A secretária clama ainda por mais atenção às mulheres negras no combate à desigualdade de gênero. “Tem questões específicas do feminismo negro que o feminismo de maneira ampla não toca. Não podemos nos esquecer que racismo e machismo se estruturaram e deram origem a todo tipo de desigualdade no Brasil”, diz Macaé.

A presidente da Rede Minas, Jordana Almeida, qualifica a iniciativa mostrando dados da presença da mulher no mercado de trabalho. “Nós ocupamos 43% das vagas no mercado de trabalho. Dessas vagas, 37% são ocupadas por cargos executivos, ou seja, como gerentes. Somente 10% estão em funções de direção. Este percentual reflete a atitude da mulher de executar com competência os desafios impostos”.

A Rede Minas possui o primeiro programa feminista da TV aberta no país, o "Mulhere-se", onde o projeto "Mulheres por Minas" será retratado na próxima temporada. “A proposta inicial é fazer uma temporada sobre Mulheres por Minas. Estamos discutindo com a direção artística qual o melhor formato. Essa iniciativa é muito válida e merece todo nosso apoio”, ressalta Jordana.

A cantora Titane, também parceira do projeto, propõe um debate com a presença de importantes mulheres no mundo das artes e suas contribuições para a perpetuação da cultura mineira. “A produção artística de Minas Gerais deve ser debatida em breve em um colóquio do projeto. Há mulheres atuando há anos no campo cultural artístico, como na música, artes plásticas, teatro, cinema e com capacidade de intervenção muito grande, mas podem e devem ser mais conhecidas e reconhecidas”, ilustra.

 

Justiça pelas mulheres

As parcerias incluem a magistratura. As estatísticas sobre a presença feminina nos tribunais mineiros são destacadas pela desembargadora do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), Evangelina Castilho Duarte. “Nós somos menos de 10% do total de desembargadores do Tribunal de Justiça. Na magistratura, dentro de alguns anos, seremos maioria porque nos concursos têm sido aprovadas mais mulheres do que homens”.  

“Um dos projetos que estou propondo se parece com o Ônibus Lilás, ação do Governo de Minas Gerais, em que um ônibus percorre o estado levando serviços especializados da Rede de Atendimento às Mulheres em situação de vulnerabilidade. Temos a ideia de levar um juiz, um promotor, um delegado e, talvez, um policial especializado em prevenção em violência doméstica para os bairros da capital para um atendimento mais localizado e personalizado para a vítima”, explica a desembargadora. 

Já a Defensora Pública-Geral do Estado, Christiane Neves Procópio Malard, reafirma o papel da Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais (DPMG) em garantir a integridade das mulheres mais desfavorecidas e propõe a participação da instituição no Mulheres por Minas.

“A Defensoria Pública é uma instituição de Estado genuinamente feminina. Sou a terceira mulher a ocupar a cadeira de defensora–geral do Estado. A DPMG é a porta de entrada para o cidadão vulnerável e, em relação às mulheres, atua no atendimento integral por meio da defensoria especializada na infância e terceira idade, por exemplo. A atuação conjunta entre Casa Civil e Defensoria Pública para o avanço social e justiça à mulher se faz necessário”, afirma Christiane.

 

Internacionalização da ação 

A cônsul da Itália em Minas Gerais, Aurora Russi, manifesta o interesse em trazer a experiência das mulheres cônsules que atuam no estado. “Vamos organizar um seminário internacional para debater o que significa ser mulher no mercado de trabalho, que será realizado no dia 22 de agosto. Queremos fazer parte do Mulheres por Minas e temos que nos mobilizar e mostrar o trabalho que fazemos”, antecipa.

Ela relatou, durante o lançamento do projeto, que na Itália existe baixa representação feminina na vida diplomática: “Sou da Associação de Diplomatas Italianas. Somos muito poucas. Apenas 13% de todos os diplomatas italianos são mulheres e é muito difícil chegar ao topo da carreira”.

 

Participação masculina

O projeto também destaca e integra a participação masculina como eixo dinamizador das ações que estão se desenvolvendo para trazer a figura da mulher ao centro da visibilidade social.

O evento de lançamento contou com a presença do superintendente de Redação e Editoração da Subsecretaria de Imprensa Oficial (Siomg), Henrique Antônio Godoy, do assessor da Secretaria de Estado de Trabalho e Desenvolvimento Social (Sedese), Alvimar Rocha, do assessor-chefe da Assessoria de Planejamento da Seccri, Rafael Freitas Corrêa, e do jornalista e escritor Ozório José Araújo do Couto.

Também estiveram presentes o assessor da Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais (ALMG), Américo Antunes, o renomado maestro Andersen Viana, e o dono da Livraria Leitura, Gervásio Teles Cardoso de Carvalho, dentre outros.

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