Autor: Carlos Alberto - Data: 29/05/2018 12:31

Atendimentos no Hospital e na Hemodiálise de Guaxupé estão comprometidos

Insumos para as diálises vão durar pouco, cirurgias eletivas, alimentação de funcionários e até a coleta do lixo hospitalar estão suspensas
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O Hospital e o Centro Regional de Hemodiálise Sálvio Santos Campos, em Guaxupé, estão sendo seriamente prejudicados por conta da paralisação das atividades dos caminhoneiros, que se estende por diferentes regiões do País, apesar de parte da classe já ter aceitado o acordo com o governo federal, para melhorias no preço do diesel, frete e o pedágio. Nesta manhã de terça-feira, 29 de maio, o Jornal JOGO SÉRIO visitou a Santa Casa, onde foi informado de que problemas graves já estão ocorrendo e podem piorar ainda mais, caso a situação permaneça. Motivada pela falta de condições adequadas de trabalho, a greve impede que insumos e equipamentos para tratar aos pacientes cheguem até a entidade local.

“Já estamos sofrendo consequências! Na semana passada, tivemos bastante dificuldades para conseguir insumos da Hemodiálise. Tivemos de apelar para a Justiça e Promotoria, que nos atenderam e despacharam favoravelmente nosso pedido. Felizmente, o fabricante conseguiu mandar o produto, que chegou na sexta-feira, de manhã. Era o último dia do estoque que tínhamos e, então, quase no ‘final do segundo tempo’ é que recebemos para a Hemodiálise. Porém, já sabemos que não atenderemos por muito tempo. Creio que em uma semana ou, no máximo dez dias, começarão a faltar os equipamentos. A solução que chegou sexta-feira dá para quinze dias, mas outros materiais não, como os capilares, por exemplo”, informou o administrador da Santa Casa, Edson José Dias Leite.

Com a falta de gás industrial, o Hospital adotou medidas drásticas, a fim de continuar o funcionamento: “Neste momento, estamos com problema sério de abastecimento de gás, que está hoje com 14% de sua capacidade e, por isto, suspendemos as refeições para funcionários e acompanhantes. Só os pacientes receberão, pois ficaremos logo sem gás, uma vez que a empresa que nos fornece é de Ribeirão Preto e, então, este é um problema sério. Oxigênio, felizmente, temos usina própria e, graças a Deus, não estamos tendo problema com isto”, informou Edson, que apontou, ainda: “Temos um problema adicional com o lixo hospitalar, que é recolhido por uma empresa de Campo Belo, duas vezes por semana, mas ela não veio e o lixo está acumulado. Ele precisa ser retirado por questões de contaminação e segurança! Fizemos um ofício, mas o caminhão ficou preso numa barreira em Boa Esperança, nesta terça, 29 de maio. Se não bastasse, temos funcionários que residem em Nova Resende, Muzambinho, Guaranésia, Tapiratiba e outras cidades. Eles utilizam carros próprios para vir e estão ficando sem combustível. Portanto, teremos problemas com isto também”, complementou Edson.

 

CIRURGIAS SUSPENSAS

Assim como praticamente em boa parte dos hospitais, a Santa Casa de Guaxupé suspendeu a realização de cirurgias eletivas: “Suspendemos as cirurgias eletivas, pois apesar de não termos falta de material, ainda, isto ocorrerá se não recebermos as cargas. Por isto, precisamos segurar para atender às urgências e emergências. Diariamente, fazemos uma ou duas reuniões para analisar a situação. Temos que controlar até materiais de limpeza e de escritório, pois não sabemos quando a greve acabará e, depois dela, quantos dias levarão para a situação se normalizar. Garantia de que os caminhões chegarão não temos, pois não sabemos se os bloqueios acatarão medidas judiciais. Além disso, as próprias transportadoras não sabem, com precisão, onde estão as cargas, presas nas mobilizações”, disse dr. Luiz Paulo Prince Marcondes, diretor clínico do Hospital, que até agora mantém a tranquilidade entre funcionários, pacientes e familiares. Porém, ele não sabe até quando: “Até o momento não tivemos problemas com isto, pois conseguimos cumprir com nossas necessidades. Porém, chegará a hora em que teremos falta de materiais e, aí sim, teremos as indignações. A preocupação é com o que pode acontecer se a situação não normalizar. Ainda não tínhamos passado por uma situação destas, pois agora está generalizado. Se isto se estender para soro, antibiótico e outros a situação ficará complicada demais”, finalizou o médico.

 

DESENCONTROS

Conforme já noticiado, a greve dos caminhoneiros começou no último dia 21, quando a categoria suspendeu as atividades em protesto contra o alto preço do combustível e o valor baixo do frete. Desde então, transportes de produtos das mais distintas ordens deixaram de ocorrer, o que provocou um verdadeiro “colapso” no País. Sem condições de manter o funcionamento, instituições, empresas públicas e privadas, órgãos de saúde e outros encontram extrema dificuldade para atender ao público (aquelas que ainda atendem!). Em meio a tudo isto, organizações de caminhoneiros dividem-se entre encerrar a greve ou mantê-la, com vistas a novas reivindicações: há quem tenha optado por terminar a paralisação apenas depois que o presidente Michel Temer publicar as melhorias concedidas. Outros, porém, dizem que agora querem mais benefícios, como a queda de impostos, o fim da corrupção política e até a renúncia do governo federal.

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