Autor: Carlos Alberto - Data: 04/03/2019 09:46

Enchente na Vila Progresso atingiu mais de 40 casas; rio baixou rápido e ninguém foi removido para alojamentos

A situação no bairro, após a noite turbulenta, começa a voltar ao normal, com os moradores limpando suas residências e o poder público dando o suporte necessário, na medida do possível
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A enchente ocorrida na Vila Progresso entre o final da noite deste domingo, 3 de março, e o início da madrugada de hoje, atingiu quarenta e uma residências, as quais foram invadidas pelas águas do Rio Guaxupé, que transbordou supostamente em virtude da grande quantidade de água que cai sobre a cidade nos últimos dias. Conforme o Jornal JOGO SÉRIO noticiou exatamente no momento mais tenso, dezenas de pessoas deixaram suas casas às pressas em função do incidente, haja vista que o canal mantinha-se bem acima de seu leito. Num trabalho rápido, agentes do 4º Pelotão do Corpo de Bombeiros, além de equipes da Defesa Civil, Prefeitura e Polícia Militar trabalharam no local, a fim de dar suporte às famílias afetadas. Porém, por volta das 2 horas o nível da água começou a baixar e o processo de deslocamento de pessoas, de suas casas para escolas municipais, conforme era previsto, não chegou a acontecer. Pela manhã, o poder público visitou as residências, com o objetivo de identificar os prejuízos e as providências necessárias. Ainda não é oficial, mas os indícios são de que aquele trecho do rio tenha subido rapidamente, à noite, por causa de grande quantidade de lixo, como móveis, entre outros, jogados no local por populares.

O problema foi detectado, primeiramente, por volta das 22h, quando moradores da Avenida Brasil perceberam a água adentrar em suas casas: “Foi mais um susto grande para nós, que em 2017 passamos pelo mesmo problema e, agora, novamente tivemos esta água barrenta, com esgoto, invadindo nossas casas”, comentou a dona de casa Flaviana, que promoveu um verdadeiro corre-corre para evitar a perda de moveis, utensílios domésticos e acalmar as quatro crianças que tem em casa. Situação semelhante enfrentaram pelo menos sessenta e sete moradores, os quais foram obrigados a deixar suas residências às pressas, uma vez que a água já havia subido quase um metro dentro dos cômodos (elas foram para casas de parentes). Dos locais mais atingidos, residências da Avenida Brasil e das ruas Chile, Venezuela e Paraguai mostraram-se mais comprometidas, com muita lama: “Eu estou de mudança para o Planalto, pois enfrentar isto de novo não dá! Tenho crianças, sou trabalhadeira e preciso dar uma segurança melhor a meus filhos. Onde já se viu, a gente ser surpreendida assim, por uma água que é pura contaminação?”, desabafou a dona de casa Jaqueline, da Rua Venezuela, enquanto era auxiliada por amigos na retirada dos móveis.

Pela manhã, equipes do Corpo de Bombeiros e de repartições municipais percorreram o bairro, com vistas à prestação de auxílio. “Algumas moradias continuam com pontos de alagamento interno por conta do desnível delas com relação à rua. Porém, a Defesa Civil já está no local auxiliando e apurando o que será preciso fazer para restabelecer a ordem nos locais. Quanto às famílias, nenhuma precisou ser removida para a escola que a Prefeitura havia disponibilizado, junto ao micro-ônibus, caso o nível do rio não retrocedesse. Pessoas das casas mais baixas optaram por ficar em casas de parentes. Ainda sobre os fatos, estivemos nos imóveis e apuramos que estruturalmente nenhum corre risco. Contudo, um levantamento mais aprofundado será feito”, informou o cabo Ribeiro, do 4º PBM. Agora, segundo ele, a Prefeitura assumirá os trabalhos, com equipes do setor de obras lavando as ruas ainda com lama e o serviço assistencial identificando o que será preciso fazer. “Estamos concluindo o cadastramento das famílias, pois é a partir disto que conseguiremos saber qual é a necessidade de cada uma delas. A maioria optou por não deixar suas casas e está providenciando a limpeza delas”, comentou o secretário municipal de Desenvolvimento Social, Claudinei Vítor, o qual liderou uma das equipes socorristas ontem à noite e, hoje pela manhã, retornou para dar continuidade aos trabalhos.

Ainda com relação à enchente deste domingo, na Progresso, estudos mais aprofundados serão feitos para identificar o motivo dos fatos. Contudo, já se sabe que não houve nenhum problema com comportas localizadas antes daquele ponto ou qualquer outro desta natureza. Especialistas que trabalhavam no local, por volta das 2h, teriam identificado dois sofás grandes, exatamente sob a ponte, o que pode ter gerado o acúmulo de detritos e, consequentemente, um “enforcamento” ao curso do rio. A hipótese, diga-se de passagem, poderá ser confirmada hoje por conta da grande quantidade de lixo deixada às margens daquele canal, que passou por uma reestruturação depois da enchente de 2017, quando metade do bairro foi atingido. – Informações apuradas pelo Jornal JOGO SÉRIO deram ainda conta de que choveu 112mm em Guaxupé, entre sexta-feira, 1º de março, e a madrugada de hoje. Tal volume, diga-se de passagem, correspondeu à quantidade total de água que caiu sobre a cidade durante todo o mês de janeiro último, quando não foi identificada nenhuma enchente na Vila Progresso. Enfim, informações técnicas e mais detalhadas deverão ser prestadas pela Prefeitura e o Corpo de Bombeiros, posteriormente.

 

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