Autor: Carlos Alberto - Data: 18/03/2019 15:28

Vitimados por duas enchentes, moradores da "Progresso" ainda não receberam móveis prometidos pela Prefeitura de Guaxupé

Comunidade reuniu-se neste fim de semana e acionou o JOGO SÉRIO para externar a revolta com o poder público. Prefeitura, por sua vez, culpa fornecedor e aponta para a burocracia habitual de processos licitatórios
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Moradores da Vila Progresso, em Guaxupé, estão revoltados com a Prefeitura por conta do atraso na entrega de móveis às famílias atingidas pela enchente de janeiro de 2017. Vitimados por mais um alagamento, que aconteceu no início deste mês, os reclamantes acusam o poder público de negligência e externam sua revolta, sendo que estão se organizando para reivindicar juridicamente os direitos. Mais do que ser ressarcida após o desastre de dois anos atrás, aquela comunidade agora quer a remoção dos proprietários de imóveis situados em áreas consideradas de risco. Em defesa da municipalidade, a Secretaria de Desenvolvimento Social desmentiu qualquer desleixo e culpou um dos fornecedores de móveis, o qual estaria prejudicando a distribuição dos benefícios à população necessitada.

“Fomos pegos de surpresa nas duas enchentes e, até agora, não tivemos nenhum amparo por parte do poder público. Inclusive, eles disseram que já entregaram os móveis, mas, na verdade, ninguém recebeu nada ainda. Só uma caixa de leite e uma cesta básica, mas depois disto nada! Somos pessoas desamparadas e, enfim, minha reivindicação é a remoção deste povo, pois estamos numa área de eminente risco. Ninguém sabe a quantidade de rios e açudes que há antes de nós. Então, vão esperar acontecer um desastre igual foi em Brumadinho para se preocuparem conosco?”, indagou o servidor público Tarcísio Gonzaga Santana, da Rua Venezuela. “Na primeira enchente, pediram para nos cadastrarmos na Prefeitura, o que foi feito, mas até hoje não se manifestaram em nada. Não foi estipulado tempo, mas falaram que nos ressarciriam, mas até agora nada! É complicado ficar todos os anos perdendo coisas em casa!”, completou o professor de judô, Gustavo Antônio da Silveira.

A eventual demora levou os moradores a tornarem suas revoltas públicas depois do alagamento de março último, quando dezenas de casas foram de novo atingidas: “Aqui, o prejuízo foi total, como comida, fraldas do bebê, a geladeira queimou. Ninguém repôs nenhum móvel! Vieram aqui, tiraram fotos de tudo, mas até agora nada! Espero, ao menos, o de comer, pois a situação está feia”, reclamou o autônomo João, que alugou uma casa na Progresso há algum tempo. “Na primeira enchente, acabou com tudo! Eram 2 horas da manhã, eu acordei com minha família lá do outro lado me gritando! Desta vez, perdi guarda-roupas, fogão e estamos todos aqui esperando, numa situação difícil. Desta vez, nos deram marmitex, mas acham que vivemos disto e de cesta? Não deram vacinas em ninguém, nem nas crianças pequenas e nem nos idosos! O certo é a remoção deste pessoal mesmo, mas eles só falam e nada fazem”, criticou Adriana dos Reis Cesário Gomes, da Avenida Brasil, uma das mais atingidas por estar em frente ao rio.

Após duas experiências amargas, os moradores entendem que, de fato, a solução é mudar da Vila Progresso, pois a cada chuva, o medo volta: “Meu coração ‘sai pela boca’ com tanto medo! Nós não dormimos mais, pois da outra vez fomos pegos de surpresa e, quando acordei, a água já estava dentro de casa e não deu tempo de salvar nada. Perdi sofá, guarda-roupas, cama, fogão e precisei consertar a máquina. A gente não teve ajuda até hoje de móveis! Dizem que entregaram, mas na minha casa não há nada, além do que a cidade me doou! E também sou favorável a nos tirar daqui ou mexer no rio direito, pois ficou pior agora, depois que mexeram”, enfatizou a dona de casa Imaculada Aparecida de Souza.

 

O que diz a Prefeitura?

Em favor da Prefeitura, o servidor público Evandro de Souza Domingues, da Secretaria de Desenvolvimento Social, negou que o Município tenha deixado a desejar: “No dia 16 de outubro do ano passado ocorreu a licitação e foi feita a ordem de fornecimento. No início deste ano, já foi entregue parte dos móveis, por uma das empresas, e o processo só não foi concluído porque dependemos de um segundo fornecedor, que não está cumprindo o prazo de entrega. Ele já foi notificado, o caso já foi levado à Administração e estamos aguardando, agora, o posicionamento deste fornecedor”, informou ele. Segundo Evandro, ainda não há como definir uma data de entrega dos móveis, mas ele afirmou que a Prefeitura está se esforçando, embora tudo no poder público seja muito burocrático: “Não dá para estipular uma data, mas acredito que mais uns vinte ou trinta dias, conforme reunião com o secretário. Mas, é só uma previsão mesmo, pois o processo burocrático é o que faz demorar”, finalizou Evandro.

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