Autor: Carlos Alberto - Data: 06/11/2018 10:49

Livro de escritor guaxupeano é censurado em escola do Rio de Janeiro

Luiz Puntel: "Fiquei surpreso. Meu livro é sobre a Ditadura, um fato histórico. Jamais imaginei que, em 2018, seria censurado!"
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O escritor guaxupeano, Luiz Puntel, teve censurado seu livro “Meninos sem Pátria”, que foi publicado em 1981 e conta a história do jornalista Ricardo Rabelo, que durante a Ditadura Militar foi exilado no Chile com a família. A obra, que já vendeu quase 1 milhão de exemplares e encontra-se em sua 23ª edição, foi retirada da lista de indicações para alunos do Colégio Santo Agostinho, que fica no Leblon, no Rio de Janeiro.

“Meninos sem Pátria” foi suspenso pela direção da escola no final da semana passada, a pedido de um grupo de pais, os quais consideraram a obra como uma apologia ao comunismo. Mais precisamente, o pedido pela proibição partiu de responsáveis por estudantes do 6º ano, tendo eles alegado que o livro “doutrina crianças a terem ideologias comunistas”. A notícia, em contrapartida, gerou protestos tanto de alunos quanto de ex-estudantes do CSA e familiares, em geral.

Evidentemente tomado de surpresa, o autor da Literatura, que pertence à Coleção Vagalumes e há cerca de trinta anos está na lista das obras indicadas para o Ensino Fundamental, comentou: “Fiquei surpreso. Meu livro é sobre a Ditadura, um fato histórico. Jamais imaginei que, em 2018, seria censurado! ‘Meninos Sem Pátria’ rendeu mais de vinte edições, sempre com boa aceitação do público e, principalmente, das escolas, que o recomendam para leitura didática. Não faz sentido acusá-lo de doutrinação ou proselitismo ideológico”, lamentou o escritor.

Para ele, censurar o livro foi o menos correto: “Eu também sou contra a doutrinação. Acho que o papel do professor é dar informação e mostrar caminhos aos alunos, sem fazer julgamentos. Mas não cabe aos pais determinar o que deve ser lido, muito menos o que não deve. Fatos e história são incontestáveis. Que se leia e se discuta em sala de aula”. Também o próprio personagem do livro participou, nesta segunda-feira, 5 de novembro, de um protesto organizado por alunos, em frente ao Colégio: “O livro resgata um momento histórico do Brasil, para que isto nunca mais se repita. Isso é um ‘tiro no pé’ da escola, que é católica, prega o Evangelho e devia ter feito um debate sobre o livro e não censurado”, disse Rabelo. Já sobre o caso, a direção do Colégio ainda não se manifestou, publicamente.

Ainda sobre Luiz Puntel, trata-se de um cidadão nascido em Guaxupé, em 2 de abril de 1949, formado em Letras, com especialização em Francês e Comunicação Verbal. Além de “Meninos sem Pátria”, o autor lançou “Açúcar Amargo”, “Carrasco de Goleiros”, “Deus me Livre”, “Missão no Oriente”, “Mocinhos do Brasil”, “Não Aguento mais esse Regime”, “O Felino Fidélis”, “O Grito do Hip-Hop (que ganhou, inclusive, o “Prêmio Jaboti de Literatura Juvenil, em 2005”), “Tráfico de Anjos”, “Um Leão em Família”, “Um Soco no Estômago” e “Coleção Carumin”.

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