Autor: Carlos Alberto - Data: 16/06/2017 11:18

Indignado com suposta perseguição, vereador Francis defende equipe do Rancho Alegre em polêmica do "Municipal"

Francis protocola a defesa do Unidos da Vila/Jardim América junto à Secretaria de Cultura, Esporte e Turismo; secretário Buléd garante não estar havendo perseguição à equipe da periferia
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O vereador Francis Osmar da Silva está indignado com a arbitragem que trabalharia no jogo do time que ele é treinador, o Unidos da Vila/Jardim América, e a Assoxupé. A partida, marcada para acontecer às 9h30 deste domingo, 11 de junho, na Praça de Esportes Roque Mancini (Campo do Mogiana), foi cancelada pelo árbitro Jean W., o qual alegou falta de segurança e que os uniformes dos dois times, embora sendo um branco e azul e o outro branco, prejudicariam o bom andamento da partida. Frustrado, Francis viu seu time ser desclassificado do Campeonato Municipal, em andamento e, mais do que isto, suspeita de perseguição, uma vez que a equipe dele é formada por moradores do Jardim Rancho Alegre, bairro habitualmente conhecido pelos frequentes problemas sociais. Se antes estava feliz por auxiliar aquela comunidade, o vereador agora se encontra muito revoltado e já prepara sua defesa para o julgamento que acontecerá nesta quarta, 21 (ele também recorrerá à Justiça Comum, à Comissão de Direitos Humanos da Câmara e ao Conselho Municipal do Esporte).

O time de Francis e os oponentes encontravam-se já em campo às 9h15, mas a arbitragem informou que não começaria a partida até a chegada da Polícia Militar, a fim de assegurar a ordem no local. Com a presença das autoridades no estádio, poucos minutos depois, a auxiliar Fabiana Dutra informou a Francis que a cor do uniforme de seu time deveria ser trocado, tendo dado quinze minutos, a partir de 9h45, para a substituição ser feita. Porém, mesmo com a apresentação de um novo uniforme, o juiz encerrou a partida às 9h58, ou seja: dois minutos antes do período concedido para a troca de camisas. “Ninguém entendeu nada, pois as duas equipes estavam prontas para jogar e não havia nada que demonstrasse insegurança no local”, comentou Francis, que recebeu a notícia do “w.o” com estranheza, mas contornou os ânimos dos atletas, que ficaram bravos com o comportamento da arbitragem. “Apesar da frustração, fomos embora, pois disse aos meus atletas que os defenderia na forma da lei, tendo eles me obedecido, pois sabem da importância de provarmos que a periferia tem sim seu valor e sabe respeitar as pessoas”, complementou.

Na tarde desta terça-feira, 13 de junho, Francis foi surpreendido com o relatório do árbitro Jean, o qual declarou que o vereador incitou a violência e que atletas de sua equipe chegaram a ameaçar a arbitragem. O técnico da equipe, imediatamente, juntou provas (como filmagens feitas no local, testemunhas oculares e até uma mensagem via celular, transmitida por representante do quadro de arbitragem, dando a entender que Francis foi exemplar em sua conduta, na solução dos problemas). Tudo relatado, o responsável pelo Unidos da Vila/Jardim América protocolou a documentação junto à Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Turismo, onde foi atendido pelo próprio Marcos Alexandre Costa Buléd, Marquinhos. No local, Francis também encontrou com o vice-presidente da Assagre (órgão responsável pela arbitragem em Guaxupé), Nilton Aparecido dos Santos, o “Gatão”. Os dois (Buléd e Gatão) optaram por não emitir opinião própria, mas garantiram que o julgamento, que será nesta quarta, às 19h30, será realizado por pessoas idôneas e que, em momento algum, permitirão que excessos sejam cometidos, seja por parte de quem for.

 

PERSEGUIÇÃO À PERIFERIA?

Ao Jornal, Marcos Buléd esclareceu que em momento algum solicitou policiamento e segurança reforçada em jogos do Unidos da Vila/Jardim América: “O que houve, na semana passada, no Planalto, foi que dois jogadores, sendo um do time do Francis e outro dos adversários, estariam se prometendo pelas redes sociais, pois são desafetos de um episódio ocorrido entre eles na quadra. Aí, como era algo já anunciado, pedimos policiamento e segurança particular sim, mas graças a Deus nada ocorreu. Quanto aos outros jogos do time do Francis, nada de especial foi solicitado, mesmo porque o próprio major Afrânio, da Polícia Militar de Guaxupé, explicou ser impossível manter policiais o tempo todo nos campos. Enfim, vamos deixar o caso para as pessoas competentes”, comentou Marquinhos. Já Gatão enfatizou: “Como dirigente da Assagre, fica até antiético minha intervenção, pois teremos o julgamento. O que posso dizer, é que espero que tudo se resolva da melhor forma possível”, limitou-se o vice-presidente da Associação.

 

VALORIZANDO AS PERIFERIAS

Para Francis, que nasceu e foi criado no Jardim Santa Cruz, vizinho do Rancho Alegre, o episódio foi desnecessário: “Não entendemos por que o árbitro escreveu aquelas coisas no relatório, pois quem esteve lá viu que os fatos não aconteceram daquele jeito. Os meninos do time estão muito tristes, pois nunca são valorizados por algo de bom que fazem e foi justamente no esporte que encontrei uma forma de valorizar as pessoas de bem do Rancho Alegre. Peço a eles compreensão, pois estou empenhado para que a verdade venha à tona e nosso time possa enfim disputar a classificação. Não vamos também tirar conclusões precipitadas, mas tudo leva a crer que está havendo um tratamento desigual conosco. Contudo, confiemos na Comissão Disciplinar e que tenhamos uma novo jogo, onde Unidos da Vila/Jardim América e Assoxupé decidirão em campo a vaga. Sei que não é comum ver time de bairro periférico disputando campeonatos do Município e, com estes episódios, a gente acaba percebendo o motivo de não se integrarem”, finalizou Francis. – O Jornal JOGO SÉRIO tentou contato com o árbitro Jean, mas até o encerramento desta matéria não foi possível encontrar o juiz.

 

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