Autor: Carlos Alberto - Data: 16/05/2019 08:42
Seleção de futsal feminino de Bom Jesus da Penha é excluída dos Jogos da Amog por violência generalizada
A seleção de futsal feminino de Bom Jesus da Penha foi excluída dos Jogos da AMOG 2019, em andamento nas cidades que compõem a referida associação de municípios do Sul e Sudoeste de Minas Gerais. A decisão, tomada pela comissão disciplinar do evento, foi consequência do relatório da arbitragem, feito sobre o confronto “Bom Jesus X Guaxupé”, ocorrido no último sábado, 11 de maio, no ginásio poliesportivo bom-jesuense. No documento, os juízes declararam terem sido agredidos fisicamente e responsabilizaram a equipe dona da casa por uma briga generalizada, envolvendo não só atletas, mas membros da torcida, familiares de jogadoras, entre outros. Lamentável, o fato se transformou num caso de polícia, haja vista o estado de acuação em que ficou a delegação guaxupeana, que é dirigida pelo educador físico e vereador, Francis Osmar da Silva, e foi hostilizada o tempo todo por torcedores e atletas adversários.
A nota oficial sobre a exclusão de Bom Jesus foi divulgada nesta terça, 14, após reunião dos organizadores do campeonato. Conforme o relatório dos árbitros Eder Junio Xavier e John Lennon Maciel dos Santos, a confusão começou já aos 38:30 do segundo tempo, quando as jogadoras número 16, de Guaxupé, e 10, de Bom Jesus, foram expulsas após a primeira ter empurrado a segunda, que revidou-lhe com um soco no peito. A retirada das atletas provocou a invasão de quadra, supostamente por parte do pai e o tio da jogadora de Bom Jesus, os quais tentaram desferir socos contra os juízes. Em meio ao episódio, segundo o relato oficial, atletas anfitriãs intensificaram a intimidação às visitantes, tendo inclusive outra jogadora da casa, camisa número 17, também sido expulsa por provocação. “Após receber cartão vermelho, correu atrás da jogadora de Guaxupé e a agrediu com socos e puxões de cabelo, começando um tumulto novamente”, descreveu a dupla de árbitros, que encerrou a partida antes do tempo por falta de segurança.
Com a chegada da Polícia Militar, os ânimos acalmaram-se parcialmente, tendo os dois agressores da arbitragem sido retirados do ginásio, mas antes disto tanto jogadoras quando familiares seus e até o presidente da Câmara de Bom Jesus, Antônio Carlos da Silva, teriam incitado a violência no local. “Eu achei que morreria naquele lugar, pois estávamos em dezesseis pessoas e eles nuns duzentos, a todo momento afirmando que os familiares das jogadoras que protagonizaram as agressões são violentos e que nós não sairíamos vivos de lá”, disse Francis, que nesta noite de segunda-feira, 13 de maio, durante a 6ª Sessão Ordinária da Câmara Municipal, acusou ao dirigente do Legislativo de Bom Jesus de ter liderado atos violentos: “Ele usou de sua influência até mesmo para ‘relaxar’, junto à PM, a punição aos briguentos. Eu fiquei sem saber o que fazer para proteger minhas atletas! É um absurdo, pois na ausência do prefeito e do vice, o responsável pela cidade é o presidente da Câmara. Ora! Será que é esta a imagem que ele quer passar, embora a população daquela cidade seja ordeira e trabalhadeira?”, indagou Francis, que pediu uma Carta de Repúdio ao dirigente da Câmara.
O Jornal JOGO SÉRIO tentou contato com o vereador Antônio Carlos, mas a secretária Adriana informou que ele tem agenda marcada no Legislativo somente para o período da tarde, quando será possível contatá-lo. Informada sobre o motivo do telefonema, a profissional ficou de localizar o dirigente e retornar quando possível. O JS aguarda, desta forma, o posicionamento do presidente Antônio Carlos. Ainda sobre a repercussão dos fatos, o episódio em Bom Jesus da Penha gerou os protestos da municipalidade, onde as providências já estão sendo tomadas: “É inaceitável mesmo e parabenizo a comissão disciplinar pela decisão, mostrando honradez, preocupação com o bem-estar social, a paz e o esporte bem praticado”, comentou o diretor da Divisão de Esportes da Prefeitura de Guaxupé, professor Murilo Gallate. Segundo ele, os setores administrativo e jurídico do Município já estão em busca de providências, haja vista a gravidade dos fatos. “Tudo será apurado! Já estamos colhendo dados concretos para tomarmos as providências”, complementou Murilo.
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