Autor: Carlos Alberto - Data: 06/04/2018 18:05

Ex-secretário admite venda do esgoto para fechar as contas da Prefeitura em 2012

Segundo Zé Marcos, a Administração de 2009/12 foi pressionada a negociar com a Copasa; Mozart Faria, contrário ao processo desde o início, insinuou que a transação pode não ter sido regular
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O ex-secretário de Obras e Chefe de Gabinete, José Marcos Oliveira, admitiu a “venda” da rede esgotal de Guaxupé para a Copasa, em 2012, a fim de garantir o fechamento das contas da Prefeitura. A informação foi prestada espontaneamente por ele, na semana passada, durante reunião da Comissão de Meio Ambiente da Câmara, solicitada pelo também ex-gestor municipal, Mozart Faria, com quem Zé Marcos trabalhou durante um período do mandato 2009/12. A declaração, feita quase seis anos após o ocorrido, resgata um dos acontecimentos mais polêmicos da história do Município. Isto, porque antes da negociação entre a Companhia de Saneamento de Minas Gerais e a Prefeitura, a população não pagava a tarifa de esgoto, tão questionada hoje em dia. Mais do que isto, as palavras dos dois ex-secretários municipais deram indícios de que toda a transação pode não ter sido feita de forma legal e constitucional. 
Zé Marcos informou a negociação do esgoto ainda no início da reunião entre a Comissão de Meio Ambiente e Mozart Faria, realizada para fomentar, mais uma vez, a campanha “pró-autarquia municipal e incentivar o rompimento do contrato firmado com a Copasa. “O objetivo era fechar as contas do Governo em 2012, ao final do mandato do prefeito Roberto Luciano, pois o dr. Adilson (consultor contratado pela Prefeitura, na época) garantia que não fecharíamos as contas e o Roberto ficou apavorado, pois isto poderia dar um problemão a ele! Então, foi feito o negócio, por R$ 8.200.000,00”, explicou Zé Marcos, que na reunião chegou a trocar farpas com Mozart, uma vez que ambos eram declaradamente adversários de ideias: Mozart incentivava, em 2011, o prefeito Roberto a criar uma autarquia para administrar a água e o esgoto, enquanto Zé Marcos sinalizava pelo contrato com a Copasa. Na audiência com a Comissão da Câmara, o ex-secretário de Meio Ambiente chegou a insinuar: "Eu soube, por intermédio de uma fonte, não vou falar o nome, não interessa, eu não acredito e, espero que esteja enganado, pois não sou de falar o que não tenho certeza... mas, na época, foi-se falado, que eles queriam pagar R$ 10 milhões pela rede de esgoto e que foi negociado a R$ 8 milhões e que R$ 2 milhões foram por fora", afirmou Mozart. 
De acordo com Zé Marcos, que negou ter qualquer conhecimento sobre o que Mozart insinuou, a venda da rede de esgoto foi incentivada por um consultor, contratado por Roberto Luciano: "Na verdade, o que mais fez com que o Roberto vendesse mesmo foi o dr. Adilson. Ele tinha uma bagagem e fez uma lavagem cerebral no Roberto, dizendo: ‘Olha! Se você não vender agora, o risco de ficar aí com pendência é muito grande. Ele sabia... ele já tinha negociado lá! A Copasa dava R$ 6 milhões! Ele era assessor... dava consultoria para várias prefeituras, como Poços de Caldas, Guaxupé...”, afirmou Zé Marcos.
Indagado sobre sua postura com relação à venda da rede de esgoto, enquanto secretário de Obras e, depois, chefe de gabinete, José Marcos declarou: “Eu entendia que, num certo ponto, como ele tinha as contas da Prefeitura nas mãos, era o contador, a influência maior era dele! Ainda mais em final de governo. Ele falou: “Olha, Roberto, no final, quem vai pagar é você!’. E o Roberto ficava com as mãos na cabeça, pois passar devendo nos ‘arrebentaria’!", lembrou o ex-secretário, cujas palavras causaram estranheza, embora somente Mozart tenha o questionado (na sala de reuniões estavam ainda os vereadores Jorge Batista Bento da Paz, Francisco Timóteo de Rezende e Paulo César Beltrão).
Para Zé Marcos, não houve irregularidade na negociação, apesar de que ela gerou a tarifa de esgoto, além do embrolho da Estação de Tratamento de Esgoto, que até agora não foi concluída, mesmo com o contrato determinando sua conclusão para até 2015: Se a Copasa cumpre os requisitos dela, assim como a empresa que está construindo a ETE, para Guaxupé, tendo o esgoto tratado, eu, por exemplo, não me importaria a mínima de pagar o valor, pois é muito importante isto. Vocês, pensem bem, um rio que corta a cidade, do jeito que é o mal cheiro que tem aí, se ele realmente fosse tratado? E a empresa, igual ao próprio Mozart reconheceu (a Copasa), tem seu peso, ela sabe tratar a água. O problema é que ela vem explorando contra nós!”, manifestou-se ele.

O que diz a Comissão?
Indagado sobre sua posição a respeito das declarações de Zé Marcos e principalmente de Mozart, o presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara, Jorginho, respondeu: " Nenhuma novidade... foi tudo autorizado pela Câmara naquela lei em que eu bato na tecla de que não teve os votos necessários pra ser aprovada", disse o vereador. A respeito das insinuações de Mozart, Jorge Bento disse: "Não sei se ele chegou a relatar isso no Ministério Público, que está apurando tudo envolvendo esse contrato e a verba da Funasa. Afinal, Mozart teve oportunidade, pois esteve lá várias vezes".

O que dizem R. Luciano e dr. Adilson?
O Jornal JOGO SÉRIO tentou contato com o ex-prefeito, Roberto Luciano Vieira e o advogado Adilson Souza, da CEO, Amadeus Consultoria, de Belo Horizonte. Porém, apenas com o segundo foi possível conversar, ainda que evasivamente. Via whats app, ele limitou-se: "Lamento, mas não tenho mais informações anteriores a 2013". - O Jornal JOGO SÉRIO está aberto para ouvir aos dois, além de qualquer outra pessoa que possa estar ligada ao fato. Roberto, inclusive, estaria em Guaxupé nesta quinta-feira, mas não foi possível contatá-lo.

 
O ex-secretário de Obras e Chefe de Gabinete, José Marcos Oliveira, admitiu a “venda” da rede esgotal de Guaxupé para a Copasa, em 2012, a fim de garantir o fechamento das contas da Prefeitura. A informação foi prestada espontaneamente por ele, na semana passada, durante reunião da Comissão de Meio Ambiente da Câmara, solicitada pelo também ex-gestor municipal, Mozart Faria, com quem Zé Marcos trabalhou durante um período do mandato 2009/12. A declaração, feita quase seis anos após o ocorrido, resgata um dos acontecimentos mais polêmicos da história do Município. Isto, porque antes da negociação entre a Companhia de Saneamento de Minas Gerais e a Prefeitura, a população não pagava a tarifa de esgoto, tão questionada hoje em dia. Mais do que isto, as palavras dos dois ex-secretários municipais deram indícios de que toda a transação pode não ter sido feita de forma legal e constitucional. 
Zé Marcos informou a negociação do esgoto ainda no início da reunião entre a Comissão de Meio Ambiente e Mozart Faria, realizada para fomentar, mais uma vez, a campanha “pró-autarquia municipal e incentivar o rompimento do contrato firmado com a Copasa. “O objetivo era fechar as contas do Governo em 2012, ao final do mandato do prefeito Roberto Luciano, pois o dr. Adilson (consultor contratado pela Prefeitura, na época) garantia que não fecharíamos as contas e o Roberto ficou apavorado, pois isto poderia dar um problemão a ele! Então, foi feito o negócio, por R$ 8.200.000,00”, explicou Zé Marcos, que na reunião chegou a trocar farpas com Mozart, uma vez que ambos eram declaradamente adversários de ideias: Mozart incentivava, em 2011, o prefeito Roberto a criar uma autarquia para administrar a água e o esgoto, enquanto Zé Marcos sinalizava pelo contrato com a Copasa. Na audiência com a Comissão da Câmara, o ex-secretário de Meio Ambiente chegou a insinuar: "Eu soube, por intermédio de uma fonte, não vou falar o nome, não interessa, eu não acredito e, espero que esteja enganado, pois não sou de falar o que não tenho certeza... mas, na época, foi-se falado, que eles queriam pagar R$ 10 milhões pela rede de esgoto e que foi negociado a R$ 8 milhões e que R$ 2 milhões foram por fora", afirmou Mozart. 
De acordo com Zé Marcos, que negou ter qualquer conhecimento sobre o que Mozart insinuou, a venda da rede de esgoto foi incentivada por um consultor, contratado por Roberto Luciano: "Na verdade, o que mais fez com que o Roberto vendesse mesmo foi o dr. Adilson. Ele tinha uma bagagem e fez uma lavagem cerebral no Roberto, dizendo: ‘Olha! Se você não vender agora, o risco de ficar aí com pendência é muito grande. Ele sabia... ele já tinha negociado lá! A Copasa dava R$ 6 milhões! Ele era assessor... dava consultoria para várias prefeituras, como Poços de Caldas, Guaxupé...”, afirmou Zé Marcos.
Indagado sobre sua postura com relação à venda da rede de esgoto, enquanto secretário de Obras e, depois, chefe de gabinete, José Marcos declarou: “Eu entendia que, num certo ponto, como ele tinha as contas da Prefeitura nas mãos, era o contador, a influência maior era dele! Ainda mais em final de governo. Ele falou: “Olha, Roberto, no final, quem vai pagar é você!’. E o Roberto ficava com as mãos na cabeça, pois passar devendo nos ‘arrebentaria’!", lembrou o ex-secretário, cujas palavras causaram estranheza, embora somente Mozart tenha o questionado (na sala de reuniões estavam ainda os vereadores Jorge Batista Bento da Paz, Francisco Timóteo de Rezende e Paulo César Beltrão).
Para Zé Marcos, não houve irregularidade na negociação, apesar de que ela gerou a tarifa de esgoto, além do embrolho da Estação de Tratamento de Esgoto, que até agora não foi concluída, mesmo com o contrato determinando sua conclusão para até 2015: Se a Copasa cumpre os requisitos dela, assim como a empresa que está construindo a ETE, para Guaxupé, tendo o esgoto tratado, eu, por exemplo, não me importaria a mínima de pagar o valor, pois é muito importante isto. Vocês, pensem bem, um rio que corta a cidade, do jeito que é o mal cheiro que tem aí, se ele realmente fosse tratado? E a empresa, igual ao próprio Mozart reconheceu (a Copasa), tem seu peso, ela sabe tratar a água. O problema é que ela vem explorando contra nós!”, manifestou-se ele.

O que diz a Comissão?
Indagado sobre sua posição a respeito das declarações de Zé Marcos e principalmente de Mozart, o presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara, Jorginho, respondeu: " Nenhuma novidade... foi tudo autorizado pela Câmara naquela lei em que eu bato na tecla de que não teve os votos necessários pra ser aprovada", disse o vereador. A respeito das insinuações de Mozart, Jorge Bento disse: "Não sei se ele chegou a relatar isso no Ministério Público, que está apurando tudo envolvendo esse contrato e a verba da Funasa. Afinal, Mozart teve oportunidade, pois esteve lá várias vezes".

O que dizem R. Luciano e dr. Adilson?
O Jornal JOGO SÉRIO tentou contato com o ex-prefeito, Roberto Luciano Vieira e o advogado Adilson Souza, da CEO, Amadeus Consultoria, de Belo Horizonte. Porém, apenas com o segundo foi possível conversar, ainda que evasivamente. Via whats app, ele limitou-se: "Lamento, mas não tenho mais informações anteriores a 2013". - O Jornal JOGO SÉRIO está aberto para ouvir aos dois, além de qualquer outra pessoa que possa estar ligada ao fato. Roberto, inclusive, estaria em Guaxupé nesta quinta-feira, mas não foi possível contatá-lo.

 

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