Autor: Carlos Alberto - Data: 29/06/2016 15:31

Usuários do SUS passam a noite na porta do Posto de Saúde em Guaxupé

Sem vagas, pacientes não atendidos protestaram contra na Prefeitura e, depois, na porta da Secretaria de Saúde
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Cidadãos protestaram, nesta manhã de quarta-feira, 29 de junho, contra a falta de vagas para a área de oftalmologia no Sistema Público de Guaxupé. Revoltada com as dificuldades encontradas no Centro de Diagnósticos Pio Damião, parte dos pacientes (dos quais alguns enfrentaram filas por até treze horas, entre às 18h de terça-feira e 7h de hoje), manifestou-se na sede da Prefeitura e, depois, contra a própria Secretaria de Saúde. O fato, que mais uma vez expôs o retrato crítico da Saúde brasileira, chamou a atenção por conta da situação incômoda e o desespero das pessoas não atendidas, assim como o próprio enfrentamento, por parte delas, junto ao poder público.

Os usuários do SUS entraram em contato com o JOGO SÉRIO ainda de madrugada, quando solicitaram a presença do Jornal no “Posto do Buracão”, onde crianças, adultos e gente da terceira idade (cerca de cem pessoas) dormiam ao relento, na busca por uma vaga: “Fui o primeiro a chegar, ontem, às ‘seis da tarde’. E olha que já vim outras vezes, mas não há meio de conseguir a consulta”, reclamou o trabalhador braçal Antônio Donizete, da Vila Santo Antônio. “Já faz seis meses que tento a vaga e não consigo. Hoje, então, resolvi ‘dormir’ aqui”, continuou Sirlene Araújo, do Jardim Guaxupé. “Estou para perder uma das vistas e não tive outra alternativa, senão vir ontem”, complementou o mecânico Luiz Fabiano de Souza, da área central.

Com o início do expediente, às 7h, apenas setenta pessoas obtiveram as senhas para consultas com oftalmologista (são dois especialistas atendendo em seus consultórios, pela rede pública), sendo que mais de duzentas não conseguiram. Desta forma, criticaram o fato inicialmente com o responsável pelo Centro Pio Damião, o enfermeiro Michel Novais, tendo o profissional limitado-se a lamentar a situação. Indignados, pacientes não atendidos dirigiram-se à sede administrativa da Prefeitura, onde pretendiam questionar ao prefeito Jarbas Corrêa Filho (Jarbinhas). Porém, no local estava apenas o porteiro, Marcos, tendo os insatisfeitos deslocado-se à Secretaria de Saúde. Lá, primeiramente falaram com o secretário de administração, Jair Pereira Bastos Filho e a enfermeira Gislaine Salomão (os dois, diplomaticamente, firmaram o compromisso de agendar as vagas futuras, a fim de solucionar os problemas dos pacientes).  

Antes do agendamento, porém, o secretário de governo e planejamento da Prefeitura, Artur Fernandes Gonçalves Filho (Arturzinho) e a secretária de Saúde, Elina Jurema Costa, compareceram à Secretaria, com o objetivo de inteirarem-se do assunto e, na medida do possível, auxiliarem. Contudo, os cidadãos, a esta altura já bastante exaltados, aproveitaram a presença do assessor do Prefeito para cobrar melhorias não só na Saúde, mas também em outras áreas: “Estão reformando praça no Centro, mas da Saúde não cuidam”, criticou um dos manifestantes, identificado como sendo o construtor civil Rodrigo Silva, do Parque dos Municípios (Veja, na TV JOGO SÉRIO, vídeo-matéria sobre a discussão entre cidadãos e secretários municipais).

Experiente, Arturzinho justificou: “Há 30% do que o Município tem em recursos que está sendo aplicado na Saúde. Se isto está sendo suficiente ou não, é um ponto que temos de discutir. O que estou querendo dizer é que estamos aqui para ver o problema de vocês! De recurso, eu entendo! A Prefeitura inteira é feita por várias secretarias. Nós temos que fazer obras, dar Educação, Saúde, Assistência Social. O Município precisa avançar... Segurança, trânsito e outras áreas são importantes também!”, respondeu ele, que foi sabatinado num clima mais do que acalorado. Até a saída da reportagem do local, os pacientes que protestavam na porta da Secretaria de Saúde haviam aceitado adentrar à unidade em questão, onde informaram seus dados pessoais, com a promessa, por parte do Município, de que dará solução aos problemas, conforme seja possível. Antes da veiculação desta matéria, o Jornal manteve contato com a Comunicação Social da Prefeitura, onde ainda não havia sido definido se haverá uma Nota Oficial, entrevista coletiva ou qualquer outra manifestação por parte da Prefeitura.

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