Autor: Waddy - Data: 05/09/2016 22:13

A verdade sobre a dor - (causa/tratamento)

Quando a queixa é dor crônica, os profissionais de saúde vivem um dilema
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Nós dentistas, médicos e outros profissionais de saúde em geral - somos tradicionalmente orientados a fazer procedimentos.

 Acreditamos que é nosso dever ajudar o paciente - fazer alguma coisa em face dos sintomas do paciente - mesmo quando não há nenhuma compreensão da natureza do problema.

Quando a queixa é dor crônica, os profissionais de saúde vivem um dilema. Fomos ensinados que a dor é um sintoma, e que a maneira de aliviar o sintoma é remover a causa. Se nenhuma causa somática pode ser encontrada, desistimos e abandonamos o paciente. Ou podemos hipotetizar uma causa e tratá-la, de modo conservador ou menos conservador.

Caso o tratamento falhe, podemos tentar algum outro método ou dizer ao paciente para aprender a viver com a dor. Muito frequentemente, o paciente procura ajuda em outro lugar.

Isso resume a história de condições de dores crônicas em geral e problemas de desordens temporomandibulares (DTM) e orofaciais em particular: ensino inadequado sobre dor e seu controle nas faculdades de odontologia e medicina, seguido pelo dilema médico de não tratar o paciente, tratá-lo de modo insuficiente ou de modo excessivo.

 Além disso, há um componente cultural adicional que afeta profundamente a dor e seu tratamento em nossa sociedade: a crença que (a) é heroico resistir à dor, é fraqueza não resistir; ou (b) procurar alívio adequado à dor causa dependência ou vício às drogas; e (c) pacientes com dor crônica não são iguais a você ou a mim, eles podem ser neuróticos, queixosos crônicos, ou hipocondríacos, ou qualquer das combinações acima.

A dor tem sido chamada de a grande equalizadora, uma experiência compartilhada pelo príncipe e pelo mendigo, pelo que luta por dinheiro e pelo poeta.

Todos nós concordamos que a dor crônica, sem alívio, arruína a vida de pacientes e de suas famílias. Sabemos há anos que a dor tem sido a causa primária que leva as pessoas a procurarem aqueles que cuidam de saúde – dentistas e médicos – e também, por outro lado, que a dor é uma das principais razões para a fobia de dentista. Sabemos que a dor na face e cabeça é particularmente perturbadora, computando 25% de todas as queixas de dor.

Há boas e sólidas razões para tal: a face, os maxilares e os dentes são ricamente inervados e tem uma distinta proporção nervos-músculos. Isto nos possibilita gerar os movimentos vitais à fala, mastigação e deglutição e experimentar e expressar uma enorme gama de sentimentos e emoções.

A face é o instrumento humano de comunicação por excelência e a personificação de nossas personalidades – uma verdade expressa no ditado que diz que nós mesmos somos responsáveis por nossa face após os 30 anos. Qualquer ameaça a essa região do corpo, qualquer coisa que limite nossa sensibilidade e mobilidade facial é uma ameaça ao nosso mais profundo sentido de ser.

A dor orofacial crônica é justamente essa ameaça. É bem possível que a combinação de dor física e perda da auto-imagem e controle sobre as funções orais é que torna a vida do paciente com dor orofacial crônica tão deplorável. O apelo ao profissional de saúde para vir em auxílio desse tipo de paciente é irresistível.

 

Kelsen Yedo Odontologia

Pós-graduação em Dor Crônica pelo Deptº Neurologia da FMUSP

Especialista em Disfunção da ATM e Dor Orofacial (UNIFAL/Alfenas)

Guaxupé-MG (35) 3552-6603

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