Autor: Carlos Alberto - Data: 16/05/2017 22:12

Sem vagas nos "postinhos", pacientes lotam o PS, onde reclamam do atendimento

Usuários do SUS afirmaram ter ficado mais de quatro horas a espera de atendimento; Hospital garante excelência na urgência e emergência
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Cidadãos insatisfeitos com o Pronto Socorro de Guaxupé aproveitaram a presença do Jornal JOGO SÉRIO ao local, nesta tarde de terça-feira, 16 de maio, para reclamar do atendimento. Problema já rotineiro na instituição (que atende pessoas de nove municípios), os conflitos entre pacientes e equipe de plantonistas estampam uma evidente falência estrutural. Mais do que isto, apontam que os usuários do SUS, sempre em situação difícil, realmente têm motivos para protestar, haja vista que no PS, apesar de serem acolhidos, são informados de que seus problemas devem ser solucionados pelos postos de saúde. Porém, nas unidades a falta de vagas é constante, o que resulta no “colapso” frequente no Hospital.
O aposentado Júlio Vítor Hipólito, do Alto da Colina, é diabético e sente-se fraco. Hoje, ele e sua esposa precisaram de atendimento médico por complicações respiratórias, tendo os dois procurado a unidade básica de saúde. Contudo, não conseguiram se consultar e foram até o Pronto Socorro, onde esperaram duas horas a mais do que o tolerável: “Estou esperando desde o meio-dia! Ou seja: há quatro horas e meia! Minha mulher está com uma tosse que não tem jeito mais! Eu procurei o Posto já, mas os remédios que nos deram lá não resolveram nada. Aí, a mulher do Posto disse que precisava interná-la. Mas aqui deram um remedinho fraquinho... se piorar mais, terei que trazê-la de novo para internar. E, aí, de certo terei que esperar mais quatro horas, né?”, ironizou o cidadão.
Tomados de revolta, outros pacientes criticaram bastante o atendimento: “Está difícil, pois faz quatro horas que estamos aqui, com criança pequena e não estão chamando! Outro rapaz, passando mal, já saiu bravo aqui também porque faz quatro horas que está aqui. Minha esposa está doente e não temos como deixar a criança em casa. Ela está aqui, conosco, sem um leite e a situação fica difícil”, protestou Leandro Oliveira da Silva, da Vila Tenente. Além dele, duas mulheres do Bairro Colmeia II e outros cidadãos, também a espera de atendimento, desabafaram, tendo a maioria esclarecido que a falta de vagas nas unidades de saúde os obriga a procurar auxílio no PS, onde afirmam passar por dissabores.
Em nome do Hospital, a psicóloga Lenisa Mara Silva Balbino e a assistente social Aline Camilo Vergili conversaram com a reportagem, mas não aceitaram gravar entrevistas. Segundo elas, a entidade recebe cerca de trezentos pacientes por dia, sendo que as profissionais garantiram não haver falha nos casos de urgência e emergência, embora admitiram problemas constantes nos demais casos. “As pessoas precisam entender que trabalhamos via Protocolo de Manchester”, disse Lenisa, que se referiu ao sistema adotado, onde os pacientes passam por uma triagem antes de serem atendidos. Cada situação é classificada por cores, que representam o grau de gravidade e o tempo de espera recomendado para o atendimento (vermelho significa emergência, com atendimento imediato; laranja quer dizer muito urgente: para até 10 minutos; amarelo é urgente: 60min; verde é pouco urgente: 120min; e azul é não urgente: 240min).

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