Autor: Carlos Alberto - Data: 02/02/2022 16:48

Morre Moïse Kabagambe e, com ele, mais um oprimido grita por socorro no país da cada vez mais crescente desigualdade

Congolês tinha o sonho de morar no Brasil e seu fim foi brutalmente decretado por brasileiros que externaram o que lhes há de menor, do ponto de vista do amor ao próximo
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A morte do congolês Moïse Kabagambe, de 24 anos de idade, ocorrida na semana passada, no Rio de Janeiro, mais uma vez estampa a selvageria com que alguns irmãos continuam tratando os outros, aqui no Brasil. No caso do africano, que cobrava, dos patrões, uma dívida por ter trabalhado como garçom e não recebido pelo serviço prestado, muitas interpretações estão sendo feitas, a começar pelo visível preconceito racial, passando ao grau primitivo inerente nos agressores e chega-se, enfim, à conclusão de que o problema, de novo, é a maldita falta de amor ao próximo, seja ele quem for. O que a gente vê a todo instante, no País, nas mais distintas e horrendas situações, são episódios de terror, no “cinema” da vida “surreal” dos pobres daqui.

Moïse foi duramente espancado até a morte por vários homens em decorrência de apenas R$ 200,00? Ou era por que um negro “angolano” (eles eram, às vezes, chamados assim, em tom pejorativo), não tem o direito de lutar por justiça, com dignidade? Ou será que foi menosprezado pelo fato de que “ninguém reclamará a falta de um ‘ninguém’”? Ou, talvez, então, por boa parte de nós não estar aprendendo nada com as oportunidades que nos são dadas, de sermos mais evoluídos? Não dá, na verdade, para definir o ato brutal que é indefinível, infundado e dolorido (imaginem então o que estão sentindo os familiares do congolês, no Brasil desde 2014; e sonhavam com paz, colocar comida na mesa e sorrir sem medo).

Sem ter o objetivo (não menos grotesco) de diminuir o que houve com Moïse, não podemos nos esquecer de quantos brasileiros são “mortos” todos os dias pelo simples (e inegável) desejo de serem alguém, não é mesmo? Sim, pois num país onde a pessoa é medida pela posse, a cor da pele, sua origem ou a posição social, vários tipos de mortes acontecem a toda hora (física, social, espiritual), em qualquer região, de todos os tamanhos e... com consequências sempre funestas! A violência com que o africano foi morto no Rio é mais um grito dos oprimidos, mas é com lágrimas no coração que a gente sente “que nada vai mudar para melhor”, já que todas essas histórias tristes estão estruturadas no País dos opressores, com muito preconceito ao negro, o pobre, o menos estudado, o que mora na periferia, o excluído... esse, aquele outro... E a quem recorrer? Quando mudará essa situação? O que fazer de concreto pelo bem coletivo? Por onde começar?  

Que todos os “Moïse’s” do Planeta Terra, nesse momento, contem ao menos com a prece mais sincera de quem está lendo esse conteúdo. Porque as atrocidades crescem no Brasil igualzinho o mato se alastra na época da chuva, encobrindo as flores dos jardins. Deixar de lutar contra essas mazelas não se poderá nunca! Mas reconhecer que a “briga” é, no mínimo, desigual, é também fato consumado! Enfim, encaremos a situação com “a faca nos dentes”, retiremos de nós o medo e enfrentemos a tudo e a todos contra os desmandos, as tentativas de afogar os sentimentos e as limitações. As pessoas devem ser do tamanho que podem ser, sem as amarras e emboscadas daquelas que não se encontram e buscam reduzir o brilho das outras. É como diz o poeta: “Tá tudo aí pra nós... é só saber chegar”. Ninguém precisa pisar em ninguém para crescer. A todos, um forte abraço, com Deus à frente sempre e menos desigualdade entre os filhos Dele!!! – Autor: Carlos Alberto / Jornal JOGO SÉRIO – Guaxupé/MG – Brasil (02/02/2022)

 

 

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