Autor: Carlos Alberto - Data: 01/11/2024 10:12
Família denuncia a Santa Casa de Guaxupé por suposta negligência em parto de bebê prematura que não sobreviveu
Um atendimento dispensado recentemente à gestante Amanda Cristina Honório, moradora do Residencial Fazenda Planalto, em Guaxupé, no Sudoeste mineiro, gerou grande transtorno e trauma à família dela; assim como mobilizou os setores médico, de qualidade e jurídico da Santa Casa local. Isto, porque em meio a impasses entre o casal e a referida instituição de saúde, o parto da bebê Isis, então com apenas vinte e duas semanas de gestação, acabou não prosperando. Indignados, os pais culpam profissionais que atenderam a mulher, mas tanto a direção quanto o quadro pessoal do lugar contestam as acusações.
Amanda deu entrada ao PS no último dia 23, no período da manhã, com contrações, quando ela e o esposo, Alberto Willian Castro Honório, solicitaram sua transferência urgente para unidade equipada com UTI Neonatal. "O pré-natal dela não foi de risco. Às quatro horas da tarde, chamei de novo a médica, pedi para ela enviar minha esposa para Paraíso, mas ela disse que aguardaria mais um pouco. Às quatro e meia, chameia-de novo, mas ela disse que não havia como enviar porque minha esposa já estava em trabalho de parto. E eu falando que ela devia tê-la enviado cedo. Aí, ela falou assim que aquilo era um aborto, que a bebê estava morta, mas minha esposa estava sentindo a bebê mecher o dia inteiro". Ainda naquele dia, um pouco mais tarde, o casal teria sido informado de que o quadro tratava-se, na verdade, de um aborto, mas durante o trabalho de parto a bebê, apesar de muito prematura, veio ao mundo com vida, tendo resisitido por cerca de trinta minutos. "Eles pegaram minha bebê sem luva, não tinha onde colocá-la e, em vez de entubá-la, ficaram pesando-a antes. Ela chorou o tempo todo!", detalhou o pai.
Numa circunstância de dor e muita frustração, Amanda e Willian conversaram com a equipe médica, a qual diagnosticou que as chances da bebê sobreviver eram mínimas. Apesar do choque emocional, o pai realizou o funeral (que também foi cercado de mistério e contradições quanto à autorização ou não, dos pais, para a retirada do feto, do Hospital até a funerária) e, no dia da alta médica, o casal foi surpreendido com a informação (equivocada) de que o feto e a placenta da paciente haviam sido enviados para análise. "Fomos tomados de surpresa, pois como poderia ser, se eu tinha sepultado nossa filhinha? O que eu enterrei então?", indagou, às lágrimas, o pai da criança.
Confusos, os familiares de Amanda acionaram o advogado, Dr. Hilquias Araújo Garcia, de Tapiratiba, no interior paulista. Juntos, eles reuniram-se presencialmente com o assessor jurídico da Santa Casa, Dr. José Valente, além de membros do quadro pessoal atuantes no caso de Amanda e sua bebê. Após os questionamentos, as partes estabeleceram suas versões dos fatos, tendo, depois do encontro, os reclamantes procurado a 5ª Delegacia Regional de Segurança Pública, onde registraram boletim de ocorrência contra a Santa Casa: "Há pelo menos três pontos divergentes que nos levam a ter dúvidas quanto ao tratamento dispensado aos meus clientes. Por isso, não descartamos o pedido de exumação do corpo sepultado", adiantou Dr. Hilquias.
Já entre a direção e o quadro pessoal da Santa Casa, as denúncias foram consideradas improcedentes. Por meio de nota oficial enviada nesta tarde de quinta-feira, 31 de outubro, ao Jornal JOGO SÉRIO, a instituição argumentou: Nota de Esclarecimento à Imprensa: A Santa Casa de Misericórdia de Guaxupé vem a público esclarecer os questionamentos apresentados pela família da paciente Amanda Cristina Honório, reforçando o compromisso institucional com a ética e a excelência no atendimento.
A paciente Amanda Cristina possui histórico de partos prematuros e episódio de aborto, condição que requer monitoramento rigoroso. Ao ser internada em nossa unidade no dia 23 de outubro de 2024, Amanda apresentou um quadro clínico delicado em relação à gestação, o que tornou inviável sua transferência, pois poderia comprometer a segurança dela e do feto. A equipe médica, portanto, seguiu os protocolos que recomendam cuidados intensivos e suporte especializado na própria unidade, garantindo a melhor assistência possível.
Com relação aos pontos levantados pela família, esclarecemos: 1. Transferência da Paciente: O quadro clínico de Amanda exigia atendimento imediato e contínuo. A opção de mantê-la sob cuidados na Santa Casa foi a decisão médica mais segura e alinhada aos protocolos de assistência para situações de risco elevado, visando preservar a integridade da paciente e do feto, pois eventual transferência poderia acarretar riscos irreparáveis.
2. Informação sobre o Envio do Feto para Análise: A equipe da Santa Casa prioriza a clareza e a transparência no diálogo com os familiares. Durante o atendimento, foram fornecidas informações sobre os procedimentos adotados. Para maior precisão, eventuais detalhes que possam ter causado dúvida foram esclarecidos em reunião com a família e o advogado na tarde do dia 25/10/2024. Mesmo assim, a Santa Casa se coloca à disposição para maiores esclarecimentos.
3. Alegação de Negligência no Tratamento: Ressaltamos que todos os cuidados oferecidos a Amanda seguiram rigorosamente os padrões estabelecidos e foram conduzidos por uma equipe especializada, comprometida com a segurança e o bem-estar da paciente. A Santa Casa permanece aberta ao diálogo e à colaboração com a família e com as autoridades competentes, sempre com o compromisso de transparência e qualidade em todos os serviços prestados. Atenciosamente - Santa Casa de Misericórdia de Guaxupé. - AJUDE O jornal que lhe informa a todos os momentos: faça um PIX de qualquer valor para 11.086.919/0001-66. - CLIQUE AQUI e receba os conteúdos do JOGO SÉRIO em seu whatsapp. - NESSE LINK, você passa a seguir a nova fanpage/facebook Jornal JOGO SÉRIO. - A QUALQUER instante, acesse www.jornaljogoserio.com.br e fique muito bem informado.
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